domingo, 15 de maio de 2011

Frágil e Forte.

Não lembro-me quando,
não lembro-me como,
nem onde exatamente.


Eram barulhentas. Movimentavam-se causando um tom de tensão no ar. Confusões de coisas desconhecidas passavam por sua cabeça, e esta, ainda estava incompleta. Sentia-se fraca e ao mesmo tempo, crescendo; crescendo de algum lugar. Máquinas moviam-na, a faziam crescer.
Mas como poderia descrever o que estava acontecendo, se sua boca era costurada como um pequeno e deformado formato de coração?
Nascer é indiferente quando você é manipulado para ser algo inanimado. Mas como ela poderia pensar se não haviam órgãos? Não haviam órgãos. Era apenas pano e dois botões. Pelos dois botões desproporcionais ela podia ver um mundo que se criava, ah ela podia ver. Mas só isso. Ela não podia falar nada, sentir nada.
Era um ser pensante. Mas não passava de um pequeno sonho abstrato.
Logo notou que era diferente. Olharam-na de cara feia e seu corpo de boneca foi arremessado em algum lugar qualquer.
Defeituosa, disseram.