terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Epítome.

Eu amo com todas as minhas forças aquilo que eu crio.
Mas não me culpe, pois cada pai e cada mãe não ama ou pelo menos deveria amar seu filho com todo o coração?  
Eu te amo e eu sofro. Eu faço de tudo para continuar crendo, mas eu sei no fundo da minha alma que quando o inverno chegar novamente – e ele sempre chega - eu deixarei de te amar e você irá embora. Ainda não conheço o inverno que te levará.

Diga-me: existem muitos?
Perdoe-me pela indecisão, mas sofro o excesso e sofro a falta. Sem equilíbrio, por isso choro.
- Eu não vou chorar. – prometi. Mas mal sabia eu o quanto vinha com uma força brutal àquela ânsia e urrava em meu peito e todas as angustias queriam exorcizarem-se por si próprias. Mal sabia eu que mais uma guerra estava por começar...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Fortuna, infortuna.

Alguns querem te usar, alguns querem ser usados. Alguns querem me usar, alguns querem ser usados por mim. Uso ou me deixo usar? Morro ou faço viver?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Então eu lembro, mas não lembro se isso foi no começo de tudo ou se ainda está no final de tudo. Eu lembro de estar caída em um túnel muito escuro; era muito difícil enxergar dentro dele, mas mesmo assim eu sabia que no meio do escuro haviam coisas que se mexiam. Havia também uma luz distante, algo no fundo de mim sussurrava para que eu corresse até lá ao mesmo tempo que outro sussurro rouco me prendia ao chão.
Eu lembro da água mansa me segurando, eu estava deitada nessa água e ela parecia tão confortável que eu mal conseguia pensar.
E se não penso, logo não existo
.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E então reticências

Quanto mais eu vivo, mais grita o coração em meu peito. Grita de dor e de alegria, grita louco, grita rouco, grita sem que ninguém o escute, grita em silêncio, mas não deixa de gritar. Grita. 
E eu troco as datas, me atraso, mas daquele dia não me permito esquecer. Gritei.
Se eu pudesse compartilharia meu coração, faria com que os outros também pudessem sentir como ele é lá no fundo e tudo aquilo que sente.
Que maravilha e que desgraça seria...
Sei que não posso e já que não posso pelo menos te aconselho: "faça gritar mais alto".
Você não verá mudança alguma se não arriscar o primeiro passo, se não se jogar das alturas.
Um pêndulo. De um lado para o outro por alguns segundos, "de um lado para o outro" que se eternizaram em meu coração.
E o que pensar na queda?
Reticências.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Tempo que trauteia.

Dilúculo. O começo do dia é um prólogo. Um encontro com um céu inexplorado. Veio de fora um cheiro cheio de vida e de dentro veio a minha liberdade gritando; e são nessas horas tão raras que você sabe - com a mais pura certeza - que vai viver para sempre.
06:10 foi o nosso horário. Antes do Sol. Apenas nós. E tanto tempo se passa sem que sequer perceba o quanto a vida está viva. A vida está tão viva.
E não se pode esperar que o tempo espere. Ele simplesmente não espera.
E num piscar de olhos...

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Com zelo.




Kiriku est petit, mais c'est mon ami,
Kiriku n'est pas grand, mais il est vaillant.

sábado, 5 de novembro de 2011

Não me despeço daquilo que continuo amando.

Uma semana inteira se passou. Mais uma, uma a mais, uma a menos, lenta ou rápida de mais, ainda não sei de nada disso e é “rotina” - penso eu, porém quem sou para tamanha justificativa? Uma semana inteira se passou sem você.
A falta não veio quando recolhi as migalhas deixadas na garagem, nem quando nos primeiros dias notei a ausência de seus longos miados nas madrugadas. A falta real chegou tão tranqüila, que mesmo evitando-a, despercebi. Já estava ali.  Cadê meu gatinho? De repente, me peguei abrindo a janela e chamando por seu nome, sem respostas. A falta tomou seu lugar.
Como dolorosamente aprendi que tudo na vida passa, sei que de pouquinho em pouquinho não esperarei mais te encontrar em minhas pernas, enroscando-se pacientemente. Sei que a sua lembrança não me trará lágrimas, mas apenas os sorrisos que deixou com tudo o que fez. Sei que a vida me cobrirá com novos encantos, com novos amores, com novas emoções. Mas como poderia eu esquecer de cada carinho que me deu? Do motorzinho ligado e o coração batendo em meu colo? Talvez sua jornada tenha outro rumo agora, foi de repente e me deixou calada, mas não esquecerei do focinho gelado, da persuasão charmosa, do seu jeitinho autêntico para viver entre os humanos. Eu não esquecerei jamais de seu nome e de cada partezinha do seu ser. 
Muito obrigada por me encontrar naquela tarde e por aceitar passar esse tempo comigo. Você me encontrou, me adotou, cuidou de mim. Papel cumprido, foi embora do jeito que o vi pela primeira vez, como que surgido do nada, bem como os gatos fazem. 

Agora parta para sua próxima aventura e quando quiser, me encontre novamente Kiriku, mesmo que em uma outra forma, me encontre...

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Tinta na paleta, paleta na tinta.

O céu é azul, mas o azul do céu que eu vejo é tão doce...
Suave no tato, criança nos olhos, eterno na alma.
Eu gostaria ousadamente de saber se todos os azuis são iguais. Pois, pergunto-me agora - com calma e sem rimas - quem poderia garantir que o azul de outra pessoa não é o dourado de meu Sol?
E se for, não complico e mesmo assim te digo que o céu é azul, mas o azul do céu que eu vejo é tão doce...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sépia.

Escuto minhas antigas valsas. Escuto até extrair o sangue incolor que precisava tanto. Salga minha boca.
Mas eu não posso escrever sobre o que vejo, não sei descrever, não sei o que é. Eu olhei para fora da janela até que as luzes da cidade e as do céu acendessem. Uma por uma. Um pedido e um adeus, um começo e um fim.  E fica bem claro pra mim que eu não posso fazer o dia clarear novamente.
Fotografias caídas no chão estão pedindo: "onde está minha mente?" e eu me pergunto: "onde está minha mente?"
Eu giro e olho pro mesmo lugar mas tudo parece envelhecido, antigo, amarelado. Porém ainda não em preto e branco, ainda não. Apenas sépia. Como uma canção de ninar que quer ser cantada.
Finalmente cantei.

domingo, 2 de outubro de 2011

Meu coração

partiu em mil pedacinhos quando eu coloquei meus pés no chão outra vez...

Eu posso dizer que tudo começou com o espelho que joguei fora, mas eu estaria sendo breve de mais... a verdade é que tudo começou quando pensaram em mim pela primeira vez, tudo começou quando o Escritor colocou a primeira letra maiúscula no papel e me escreveu.
Então, na incontável vez que me sinto recém nascida, eu paro um pouco, paro para me sentir e sentir o universo que flui em minhas veias, palpita em meu peito. Eu já ouvi falar de sentimentos, mas concluo que nenhum deles pode ser nomeado ou descrito. Eles nunca são os mesmos, não esperam que você os entenda.
Lembro que comi um biscoito da sorte, eu já o temia. Temia muito antes de me dar conta que não acredito em sorte, temia a ordem na qual ele estava escrito.
"Inundações são passageiras. Períodos extraordinários também".
Dói um pouco, mas quando passa eu percebo que é uma dor saudável e é tão inevitável quanto estar vivo.
Adormeci no tempo e no espaço, partes de mim já não sei onde foram parar. Mas é tão bom quando finalmente elas se tornam independentes o suficiente para irem para longe de você e fazerem parte da vida de outras pessoas.
O tempo vai passar e você vai virar apenas uma lembrança bonita guardada na minha caixinha de memórias. Mas não fique triste, não fico.
Ficará lá para sempre, dançando junto com o tic tac do meu coração.

sábado, 10 de setembro de 2011

3x4

Caiu. Despencou.
Um pedacinho do céu estava bruxuleante logo ali, como um passarinho que caiu do ninho e sobreviveu. Aparentemente só eu o vi, o resto do mundo estava ocupado de mais com as  coisas de seus próprios labirintos interiores.
O céu me olhava inquieto, com sua respiração ofegante. Não me respondeu quando eu perguntei se tinha se machucado. Abria os braços com força - não sei se eram braços, mas imaginei que fossem – como se estivesse implorando por um abraço. Partiu meu coração, pois quase chovia ao fazê-lo!
Insignificância - pensei eu quando me ajoelhei ao lado do céu. Eu e ele.
O abracei por um ou dois minutos, talvez horas, não lembro.
Ele então subiu, subiu pra tão alto que de repente não sabia mais se ainda o via ou era apenas minha imaginação.  Lá em cima me agradeceu tirando o chapéu, piscou de leve. Uma pecinha de quebra-cabeças encaixada. Quando o maior sorriso do mundo todo se abriu naquele dia ninguém viu. Mas eu vi.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Desconheci alguém.

O nome dele não sei, ele o esconde muito bem.
Ele usa um chapéu velho e azul e carrega sempre um espelho no bolso - precisa constatar de instante em instante que está vivo e que o rosto que conhece ainda é o mesmo.
Por dentro, seus pulsos cortados algumas três ou quatro vezes. Por dentro, medo e perigo transpostos.
Por fora, bonitos olhos de plástico.
Já queimou tantas vezes seu próprio amor, que está distorcido. Acabou...
Perambula no meio das ruas, perdido. Se foi.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Meu barquinho de papel.

Navegando pelo oceano...
Com um beijinho depositei todos os meus sonhos, toda minha confiança navega junto com ele.
E navega, navega.
Ora para longe... mas sempre perto de mim. Pode ser que seu externo seja apenas papel, mas seu interno é infinito, serve todos nós.
Eu sei que o oceano vez ou outra torna-se turbulento, vez ou outra pretende me derrubar. Mas sempre estarei em segurança.
Mergulho, flutuo, tanto faz.
Sei que jamais irei me afogar.


Feliz aniversário papai e obrigada por tudo!





Oh não, meu barquinho de papel nunca deixará que eu me afogue!

sábado, 20 de agosto de 2011

A vida permanece construindo seus ciclos. Reciclando ao que parece ser o fim. Renovando a pureza para que o mundo possa continuar sendo habitado.
Das cinzas às cinzas - essa deve ser a maior mágica de todas, quando os olhos não podem mais interpretar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

metade desigual.

Desta vez, quando a chuva passou, cada pedaço meu espalhou-se pelo mundo, revivi em todo lugar, qualquer lugar.
Me liberto de novo, cem vezes ao dia, todo dia. Estou vendo um pequeno milagre interior e milhares que aos poucos nascerão ali fora!

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

OVO!

"Invente nomes absurdos então!" - disseram os seres vivos da minha consciência. "De qualquer forma você não tem lógica nenhuma. O que te dizem externamente é inválido, escute o que eles falam por dentro, onde o coração grita e é necessário fechar bem os olhos para imaginar cada palavra, sentir cada sentimento. Encha isso daqui com vírgulas ou coloque reticências de uma vez".

Mudar de rota.

Pare de buscar a solução ao Norte - sempre ao Norte.
Os pesadelos que tive me influenciam a suspeitar que algo com você está errado. Você se perdeu, sem nem ao menos perceber. Veleidade.
Não é o único. Já perguntou a si mesmo quantos rostos confusos e mentes perdidas você vê em apenas um dia? Solitários, seguem sempre o mesmo rumo. Mesmo que uma mentira os cubra inteiramente, a bússola em suas mãos está sempre ali: persistente ao empurrar o ponteiro que indica o Norte.


Quebre a bússola.

domingo, 7 de agosto de 2011

sexta-feira, 29 de julho de 2011

lararí-larará

Então eu me encontro no meio de multidões; multidões de cores, de gestos, de sabores, exalando culturas, multidões de loucuras.
E eu também sou multidão, faço parte do barulho, faço minha parte como um, única. Alguém na multidão!


Tenho marcas permanentes e sorrisos... alguns roubados!


Obrigada Criador!


quinta-feira, 7 de julho de 2011

teu século

Um século e você permanece o mesmo: risadas de bolhas, roupas de limo e todos os dentinhos de leite.

Desde o meu primeiro riso, desde meu primeiro sonho e ainda posso escutar o conhecido cocoricar - vitorioso e brilhante como Nunca!
E agora, mesmo que eu não voe mais, mesmo que te assuste quando você de repente se lembrar que eu continuo crescendo; a janela no fundo do meu peito permanecerá aberta por você. Te esperarei em cada primavera, Peter Pan!

sábado, 2 de julho de 2011

De sempre em sempre,

resgate seus risos infantis, junte os pedacinhos de fé, distribua alegria gratuitamente e dê bom dia para seu amigo imaginário.

terça-feira, 28 de junho de 2011

Eutanásia.

Fragilizada. Fragilizada assim como a estação.
Quebradiça como as gotículas congeladas na grama durante o despertar do dia.
Meu sentimento muda assim... pelos pingos de chuva, pela brisa de verão, por estes corpos tão gelados no inverno.
Eu escuto o que não ouço. Penso no que não falo com ninguém. Eu expiro palavras tortuosas.
Você sempre me dizia para não ter medo. Engraçado que agora eu nem ao menos possa te dizer o quanto você é covarde. Eu posso ainda ter medo de aranhas, mas você teme o mundo todo, você teme o contato alma com alma, fé com fé.
Você sempre me dizia que amor era suficiente para dar paz aos corações, que o amor era tudo o que precisávamos. Agora você tem um coração toxicomaníaco e de que adianta? Você ainda precisa, depende, precisa, desaba.
Eutanásia.
Ao efeito anestésico nós estamos. Aos poucos - bem lentamente - eu aplico a endovenosa em você. Morte fácil.
Restaurar o quebrado é inválido, você sabe disso, mas você já tem seus olhos fechados e distantes.
Não foi só o ano que mudou. É o caminho que agora é outro.

A fé não falha, ainda que a hidropirimidina pare seu coração. A fé não falha e você voltará a viver.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Ensaio qualquer.

Ainda não sei se ela procura por um coração ou se tenta descobrir quem é. Não sei se ela vai viajar pelo mundo ou se vai ter apenas alguns minutos.
Se buscará pelos defeitos, não sei.
Não sei se entenderá a vida.
Mas eu quero que viva, que sobreviva.
Bonequinha, bonequinha! Quero costurar um coração de pano para você.

sábado, 4 de junho de 2011

Tem uma fábrica de chocolates na cidade.

Não. Ele ignorou o relógio de pulso desta vez. Não o quis. Sem tempo com números, sem números.
Vestiu seu jeans surrado e, com os olhos concentrados em um livro, colocou sua jaqueta predileta, mais como um abrigo do que por elegância.
Café. Ele cheira a café. Algumas vezes, parece ter ficado a noite toda acordado, cercado por montanhas de livros e papéis de trabalho, raciocínio apenas vindo de café. Ele deve ter uma máquina de escrever, não sei ainda o porquê, mas creio que ele tem uma máquina de escrever, mesmo que ela esteja apenas no espírito.
Ele é como um doceiro, um legítimo fabricante e criador de doces - mesmo que sejam doces incompreendidos. Ele implanta docinhos na mente dos seres humanos. Um inesgotável trabalho intelectual, como diria Marx, se bem que prefiro dizer inesgotável talento intelectual.
Saiu de um quadro, de uma guerra, saiu do teatro. Rosto de seis horas da tarde, improvável.
Ele seria um bom personagem. Ah, ele seria.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Miudinho!

Milhões de vidas, milhões de sonhos e pequenos sentimentos que brotam.
E mesmo que possam ser vistos pelos teus olhos nus, não se vê!
Ninguém vê!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

uma conversa entre as nuvens

Caindo.
Caindo.
Caindo.
Consegue imaginar o último minuto da sua vida? Caindo, acabando-se, sem volta, sem recordações.
Caindo.
Caindo.
Caindo.
E o que virá depois?

domingo, 15 de maio de 2011

Frágil e Forte.

Não lembro-me quando,
não lembro-me como,
nem onde exatamente.


Eram barulhentas. Movimentavam-se causando um tom de tensão no ar. Confusões de coisas desconhecidas passavam por sua cabeça, e esta, ainda estava incompleta. Sentia-se fraca e ao mesmo tempo, crescendo; crescendo de algum lugar. Máquinas moviam-na, a faziam crescer.
Mas como poderia descrever o que estava acontecendo, se sua boca era costurada como um pequeno e deformado formato de coração?
Nascer é indiferente quando você é manipulado para ser algo inanimado. Mas como ela poderia pensar se não haviam órgãos? Não haviam órgãos. Era apenas pano e dois botões. Pelos dois botões desproporcionais ela podia ver um mundo que se criava, ah ela podia ver. Mas só isso. Ela não podia falar nada, sentir nada.
Era um ser pensante. Mas não passava de um pequeno sonho abstrato.
Logo notou que era diferente. Olharam-na de cara feia e seu corpo de boneca foi arremessado em algum lugar qualquer.
Defeituosa, disseram.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Descobri no escuro.

Algumas de minhas lágrimas são refrescantes como chuvas de verão, outras evaporam antes de cair ao chão, e outras congelam-se e caem como granizo. Mas as piores são aquelas que não saem e causam tempestades por dentro.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Não reclame.

Respire. Deixe que o sistema de seu corpo exerça cada uma das suas funções. Expire, e seus pulmões jogarão para fora tudo aquilo que não lhe serve mais.



domingo, 8 de maio de 2011

Para mamãe:

Antes de me entregar a varinha mágica, ela me contou todos os seus segredos!

"... e eles viveram felizes para sempre!"

domingo, 1 de maio de 2011

quando eu saí lá fora,

Eu prefiro dias ensolarados, mas confesso... estou desejando que os dias se congelem por um tempo. Brumas na madrugada, céus transparentes, tardes silenciosas e bebidas quentes. Um colo, ou talvez somente os cobertores de uma cama pequena de mais para dois.
O clima muda, minha sensibilidade também. É incrível que, um dependa tanto do outro.




Eu&Kiriku - amigos desde aquela engraçada coincidência.
 

sábado, 30 de abril de 2011

lado direito do cérebro.

Ela mora em um castelinho de areia, coleciona risos e se alimenta com bolas de gude. Ela não chora, pois chove lá fora.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Ela disse humildade.

Se você me disser que não, mesmo que, intensamente seja contra o que há no meu interno; eu acreditarei.

sábado, 23 de abril de 2011

domingo, 3 de abril de 2011

Eu negaria um espelho se tivesse certeza.

Não sem quem leria isso, mas as pessoas que eu gostaria que o lessem, não vão. Eu não me importo totalmente, mas o suficiente para nunca ser compreendida. Estou desesperadamente precisando me expressar, estou precisando ser interpretada de um jeito que eu mesma consiga me entender.
Ultimamente tenho odiado escrever. Deve ser porque escrever virou uma necessidade vital, não só uma capacidade para me deixar bem.

Tudo o que eu me lembro dos últimos meses foram as palavras que ele disse para aquela menininha, aquela menininha que estava de joelhos. Ele só queria sentir o vento nos cabelos, o vento de uma atmosfera que não pertencia ao seu mundo. Eu não sou a menininha. Mas eu conheço bem o sentimento daquele momento.
Eu já não sei como é estar de joelhos durante a noite; não sei daquelas tais mãos entrelaçadas e orações. Mas aquela menininha sabia quando fez isso, quando ele sentiu o vento nos cabelos pela última vez.
Como soa trágico eu escrever isso em um blog; meu blog incompreendido. Mas provavelmente seria mais trágico se ficasse apenas no meu travesseiro, como frequêntemente acontece.

Os dias são todos diferentes, mas o que acontece é sempre igual. Quando um abrigo é tarde de mais?


Passará rápido: como aquela explosão no asfalto, como aquele único e pequeno desejo, como aquele amor verdadeiro.
É só isso.

sexta-feira, 11 de março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

Tudo o que eu fiz foi olhar para fora da janela,

em seguida foram as imagens e agora é o sentimento. E ele me destrói.
Não posso explicar de forma natural, pois nostalgias não são nada eloquentes aos olhos dos outros.

Estava na sala, o Sol atravessava a janela; disso eu me lembro bem. Eu ligava a TV e assistia meus desenhos prediletos. Era comum e depressivo. Três anos atrás era isso que acontecia.
O mesmo Sol, o mesmo céu e esse mesmo calor. Quando acorda e pensa: já se passaram três anos?
As ruas conhecidas, o barulho das cigarras, pés descalços na grama seca. E aquela cidade que eu adorava. E eu sempre dizia que iria para "lá".
Era meu cotidiano, mas por fim, me alegro em ouvir o relógio fazendo "tic toc".
Nostalgia.
E que sentimento mais doloroso...

Quero apagar, mas de qualquer forma ele nunca será compreendido.
Em alguns minutos passará.

terça-feira, 1 de março de 2011

Inspiração

“Corri e peguei uma folha em branco qualquer e uma caneta de cor vermelha mesmo, não estou confortável e tão pouco bem ajeitada, porém, o sentimento de Inspiração exige pressa, chega do nada e pode ir embora a qualquer momento.
Por isso concentre-se. Solte-se. Desenhe as letras com cuidado, cuidado materno.”

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Dois gumes;

O Inferno não é quente como sempre me diziam,
ele também não é frio, como o oposto seria.
O Inferno é bonito. Uma beleza falsa e dolorosa.
Você não precisa morrer para vê-lo.
Eu não precisei.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

"Em um belo, doce e cruel momento de clareza, eu sorrio, olho pra uma rachadura no cimento e digo pra Audrey e pro Porteiro adormecido. Digo o que estou lhe dizendo:
Eu não sou o mensageiro.
Eu sou a mensagem"

Eu sou o mensageiro - Markus Zusak

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Acidentalmente de propósito!

Sentados em uma velha clareira estavam a menina e o seu Dodo.
Algumas ideias surgiam como pontos que aos poucos tomavam formas. Os céus estavam cinzas e as chances de acontecer algo surreal eram muito pequenas, mas isso não quer dizer que não aconteceu...

Então começou com o vermelho, era tão pequeno que mal podia ser visto na folha de papel, caminhava com suas minúsculas patinhas. Era curioso, corajoso e atrevia-se à enfrentar um mundo tão grande.
Depois dele vieram os caminhos, os meios e os sentimentos embalados de um pequeno verso.
Consegue imaginar um céu na palma de sua mão? Ou todas as ondas do mar caindo de seus olhos?



A menina e o Dodo acidentalmente criaram um universo. Acidentalmente de propósito!

domingo, 23 de janeiro de 2011

em algum lugar secreto

Renovada. Acho que essa é a palavra pra me expressar nesse momento.
Tenho o infinito do oceano, o infinito do céu, tenho sonhos nos meus olhos e continuo com muitas ideias na cartola.

Traga-me o horizonte!

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Alguns sussurros no meu travesseiro

As borboletas precisam passar por grandes transformações para poderem abrir suas asas ao céu e voar. Elas já foram desprezadas quando eram meras lagartas, mas carregam suspiros ao finalmente transformarem-se.
Preste a atenção pois, a beleza não está em simplesmente tornar-se a borboleta e alcançar vôo, mas o esforço para chegar até lá.


domingo, 9 de janeiro de 2011

um tributo

Cara Nevra,

que dia mais lindo fez hoje, confesso que estava muito calor, mas afinal é verão e ah... que bela combinação!
As coisas mudam de mais, mas fiz eu mesma acreditar que isso é inevitável. Acho que tudo está mudando, mesmo que seja imperceptível.
Hoje vi algumas fotos antigas, elas me lembraram sentimentos que é meio difícil para mim escrever aqui. O pôr-do-sol daquela época e aquela brisa que embalavam nossas emoções. Era fácil atravessar o muro e era ainda mais fácil fazer novas amizades por ali. Lembra das minhas confissões? Dos meus pedidos? 
Você sabe de grandes segredos meus, segredos que não confiei para mais ninguém. Você acompanhou alguns de meus dias de drama e também me deu ótimos conselhos. Sei que me tornei alguém melhor com você.
Gostaria de dar os meus sinceros agradecimentos por tudo o que fez por mim. Você moveu o mundo com o simples balançar de seus galhos.
Quem sabe isto seja uma carta, ou talvez, apenas uma confissão momentânea.
Não queria que soasse triste, eu juro. Mas acho que não lido muito bem com a realidade.
Aumentaram o muro, fizeram calçadas, uma casa e um pequeno jardim de frente. (é tanta aparência que dá para ouvir o eco). Não queria ter pronunciado pragas, muito menos ter um pensamento de negação. Mas não consegui retirar o que disse naquela manhã, pelo menos, ainda não.
Senti um vazio algumas vezes. Não me tornei alguém mais consciente, confesso que já tive atitudes que não te agradariam.
Foi difícil aceitar o quanto é simples tirar uma vida. Simples como o barulho de uma moto-serra...
Me perdoe por não ter salvado a sua vida, como você já fez tantas vezes. Sou fraca comparada à você, Nevra.

Não farei um fim para você. Porque não acredito em finais.
Você tem obras maravilhosas e o ambiente é muito criativo! Seremos amigas enquanto eu respirar este ciclo e sua alma permanecerá em minha vida enquanto eu mesma permanecer viva.

Um tributo à simplicidade de uma Grande Árvore. Que o mundo possa enxergar pelos teus olhos e que estes jamais sejam esquecidos.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

2 minutos

Respire um pouco de Sol, respire um pouco de música, respire dança e um sorriso verdadeiro. 
Então, expire as sobras da mesmice.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

pequenas grandes coisas!

Existem rumores, aqui no planeta Terra, de que tudo irá acabar em 2012.
O que você acha sobre isso?
Existem possibilidades, existem previsões, boatos, charges, piadas, estudos, filosofias e até um filme de Roland Emmerich.
É possível observar que algumas pessoas se preparam, outras temem, algumas não ligam, enquanto outras acabam se tornando obsessivas.
Como deveríamos nos sentir? Aliás, do que nossas certezas são capazes?
Pare.
Hoje foi um ótimo dia. Não sei se tive grandes motivos para rir, mas rir foi um dos grandes motivos de tornar tudo inesquecível. O Sol me fez parar para agradecer, mas sem dar explicações choveu muito (acho que é coisa de verão), nada que atrapalhasse. Pois a chuva fez com que as pessoas parassem e se abrigassem em qualquer lugar, obrigando-as à conversarem com um alguém ou simplesmente obrigando-as à ficarem em silêncio.
Descobri que senti muitos cheiros diferentes, ouvi barulhos que nunca havia ouvido antes e o sabor de comida espontânea, aquela que nasce sem a menor intenção de se tornar real.
Já tenho 15 anos... ou deveria dizer que ainda tenho 15 anos?
Acho que prefiro pensar que o tempo não se reinventa por si próprio, idades são inválidas e a vida é longa. Então ainda tenho 15 anos...
Mas ela tem muito mais. 85 anos e um sorriso sincero. Usava um vestido florido, tão alegre. Comprava pão e alguns doces, me perguntei se seriam para ela ou para seus netinhos. Vovós sempre pensam na vontade dos outros, principalmente quando são seus netos e netas. Admirei-a por alguns minutos e quando ela me olhou através de seus óculos, eu não resisti o meu melhor sorriso e ela me retribuiu sorrindo com todo o rosto, pois na idade dela já não se sorri apenas com bocas e dentes.
Olho para meus amigos, somos jovens e lindos, sentimos coisas difíceis de explicar e sei que cada fase é sua melhor fase. Mas eu desejei a beleza dela. Quantas coisas ela sabia, quanto já viveu, só em seu coração poderia saber as dores que passou e o conhecimento que tem.
Caminhou para longe de mim e vi que um senhor de cabelos brancos à esperava. Foram embora de mãos dadas. O que importa o tempo? Ou o dinheiro? Ou toda a tecnologia? A vida pode ser longa ou curta, pode ser rápida ou lenta. E é tão pequena a forma como podemos entende-la...
Agora prossiga.
Como posso acreditar em uma previsão que destrói os meus sonhos?
O dia de hoje me fez ter a certeza de quanto a vida é maravilhosa e de quem realmente está no comando de tudo.
Você ainda duvída?

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

natural não-cotidiano

Estava exposta ao nada quando ele bateu no vidro da janela.  As cores verde e vermelho refletiam em seu corpo. Tinha um rabo comprido que se balançava desajeitado, suas asas ainda sacudiam por causa do baque, provavelmente estava meio tonto. Os olhos amarelos me fitaram, não soube dizer exatamente o que me transmitiam. Atravessei a casa pelo lado direito até chegar onde estava e conforme me aproximei ele emitiu um estranho som.
Nunca vi ave como aquela, não devia ser da região. Tentei me comunicar, achei que por um momento seríamos amigos, mas minha forma o assustou, provavelmente sou o animal mais temido pelos pássaros. Nosso jeito de caminhar, a postura e nossos ruídos, acho que nenhuma ave gosta de seres humanos...
Continuou emitindo som, talvez eu tivesse entendido que precisava ir, talvez não. Levantou vôo e ultrapassou meus impotentes limites. Foi-se. Levou com ele um pedacinho de mim, uma pequena vontade de partir com ele.

sinta-se?




segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Há poucos momentos na vida de alguém, em que ela sabe que vai viver para sempre. A minha vez foi quando senti as gotas da Sua chuva no meu rosto.

um pouco antes de cair no sono,

"- Receio não poder ser mais clara - Alice respondeu com muita polidez - pois eu mesma não consigo entender, para começar; e ser de tantos tamanhos diferentes num dia é muito perturbador."

domingo, 2 de janeiro de 2011

Cores extintas

Então eu criei um blog...
Mas eu não me importaria se ninguém nunca o lesse.

O ano começou. Sinto cheiro das mudanças, da rotina de um alguém, vidas que vão chegar até aqui. Eu posso ver muitas coisas, acho que meus olhos estão funcionando bem, só não sei como vão algumas das funções hormonais do meu cérebro.
Ao contrário dos outros anos, não me desesperei para terminar nenhuma agenda, não fiz planos, não fiz rituais ou grandes desejos. É muito significativo para mim, mas deixei no silêncio e só pude pedir um Grande Vôo para 2011, não quero previsões, só quero poder me deixar levar.

Aqui tem bagunça, muito neon e rabiscos nas paredes. Eu tenho uma coleção de boas memórias, tenho um gato chamado Kiriku e finalmente tenho vizinhos morando na casa ao lado. Eu tenho incontáveis manias e vícios bem esquisitos, gosto de sentir pimenta queimando a garganta e o cheiro de livro novo. Eu amo ler e escrever, acho que isso é uma das melhores coisas do mundo. Açaí com guaraná é uma das misturas mais incríveis que existem. Não acredito em embalagem de shampoo mas acredito em fadas. Dou muita risada, por tudo ou por nada.  Natureza me faz bem, acho que também gosto de multidões e seus barulhos. Sou do momento, sou das coisas simples, sou de Deus.
Não é tão estranho assim, eu acho. Vivo cheia de pensamentos impossíveis, em algum lugar sei que se realizarão.
Estou me descobrindo com o passar dos minutos, eu juro.

O que mais poderia escrever aqui?