terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sépia.

Escuto minhas antigas valsas. Escuto até extrair o sangue incolor que precisava tanto. Salga minha boca.
Mas eu não posso escrever sobre o que vejo, não sei descrever, não sei o que é. Eu olhei para fora da janela até que as luzes da cidade e as do céu acendessem. Uma por uma. Um pedido e um adeus, um começo e um fim.  E fica bem claro pra mim que eu não posso fazer o dia clarear novamente.
Fotografias caídas no chão estão pedindo: "onde está minha mente?" e eu me pergunto: "onde está minha mente?"
Eu giro e olho pro mesmo lugar mas tudo parece envelhecido, antigo, amarelado. Porém ainda não em preto e branco, ainda não. Apenas sépia. Como uma canção de ninar que quer ser cantada.
Finalmente cantei.