terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Epítome.

Eu amo com todas as minhas forças aquilo que eu crio.
Mas não me culpe, pois cada pai e cada mãe não ama ou pelo menos deveria amar seu filho com todo o coração?  
Eu te amo e eu sofro. Eu faço de tudo para continuar crendo, mas eu sei no fundo da minha alma que quando o inverno chegar novamente – e ele sempre chega - eu deixarei de te amar e você irá embora. Ainda não conheço o inverno que te levará.

Diga-me: existem muitos?
Perdoe-me pela indecisão, mas sofro o excesso e sofro a falta. Sem equilíbrio, por isso choro.
- Eu não vou chorar. – prometi. Mas mal sabia eu o quanto vinha com uma força brutal àquela ânsia e urrava em meu peito e todas as angustias queriam exorcizarem-se por si próprias. Mal sabia eu que mais uma guerra estava por começar...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Fortuna, infortuna.

Alguns querem te usar, alguns querem ser usados. Alguns querem me usar, alguns querem ser usados por mim. Uso ou me deixo usar? Morro ou faço viver?

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Então eu lembro, mas não lembro se isso foi no começo de tudo ou se ainda está no final de tudo. Eu lembro de estar caída em um túnel muito escuro; era muito difícil enxergar dentro dele, mas mesmo assim eu sabia que no meio do escuro haviam coisas que se mexiam. Havia também uma luz distante, algo no fundo de mim sussurrava para que eu corresse até lá ao mesmo tempo que outro sussurro rouco me prendia ao chão.
Eu lembro da água mansa me segurando, eu estava deitada nessa água e ela parecia tão confortável que eu mal conseguia pensar.
E se não penso, logo não existo
.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

E então reticências

Quanto mais eu vivo, mais grita o coração em meu peito. Grita de dor e de alegria, grita louco, grita rouco, grita sem que ninguém o escute, grita em silêncio, mas não deixa de gritar. Grita. 
E eu troco as datas, me atraso, mas daquele dia não me permito esquecer. Gritei.
Se eu pudesse compartilharia meu coração, faria com que os outros também pudessem sentir como ele é lá no fundo e tudo aquilo que sente.
Que maravilha e que desgraça seria...
Sei que não posso e já que não posso pelo menos te aconselho: "faça gritar mais alto".
Você não verá mudança alguma se não arriscar o primeiro passo, se não se jogar das alturas.
Um pêndulo. De um lado para o outro por alguns segundos, "de um lado para o outro" que se eternizaram em meu coração.
E o que pensar na queda?
Reticências.